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  • Foto do escritorBruna Kuchenbecker

Projeto autores nacionais: Poemas que tocam o coração


Olá, leitores! Eu criei um projeto #atençãoautoresnacionais com o intuito de incentivar e valorizar as obras nacionais contemporâneas. Eu participo de um grupo da Rico Editora em parceria como blog Arca Literária e lá eu prestei alguns serviços de revisão para o Carlos Eugênio que, posteriormente, informou-me que gostaria de ter seus dois livros resenhados por mim.


Livro: Poemas que tocam o coração

Autor: Carlos Eugênio Mendes de Moraes

Nota: 3


Comecemos com as belas palavras do autor: "Para fazer poesia, ser poeta, é necessário que se tenha um dom como os pianistas. Não basta gostar de poesia, como não basta gostar de piano. Tem que ter algo mais que é o dom, o dom de pensar, o dom de criar, de deixar que o coração encontre as palavras corretas, as rimas mais adequadas, enfim que o sentimento que toca o coração flua pelos centros nervosos que comandam a palavra e que esta finalmente apareça com toda a pujança que é desejada".

A mãe de Carlos sempre declarou poemas ao longo de sua vida, sendo assim ele publicou esse livro como homenagem não somente a ela, mas também aos seus poetas e excertos favoritos, além de seus próprios poemas.

Eu confesso que tenho um pouco de dificuldade para ler livros de poemas e poesias, pois não basta apenas lê-lo. É preciso ler interpretando e sentindo a emoção das palavras. Entretanto, o que mais chamou a minha atenção foram as biografias dos autores escolhidos, alguns foram fundadores da Academia Brasileira de Letras como Afonso Celso, outros são patronos das cadeiras de número sete e dois, como Castro Alves e Álvares de Azevedo. Então o livro também ampliou meu conhecimento literário! Os graduandos de Letras vão gostar dessa parte ;) e os amantes de poemas vão amar esse livro!


Destaco meus quotes favoritos, começando pelas belas palavras do autor novamente: "Amar verbo fácil de conjugar, talvez o primeiro a se aprender, eu amo, com naturalidade sem par diz a criança, sem compreender".

"Versos e amores sufoquei calando [...] Os beijos que não tive por tolice, por timidez o que sofrer não pude, e por pudor os versos que não disse!" - Olavo Bilac


Segue abaixo alguns comentários de outras pessoas que leram este livro:

Tarciso Rocha:

Carlos,

Acabei de ler POEMAS QUE TOCAM O CORAÇÃO. Gostei muito! Foram momentos bons, relendo-os e me deliciando com eles.

Parece que temos muito em comum, pois muitos desses poemas já me haviam tocado o coração desde que os li, há tempos. Alguns deles ainda guardo na memória, palavra por palavra: Alma Minha (Camões), Versos Íntimos (Augusto dos Anjos), Meus Oito Anos (C. Abreu), Visita à Casa Paterna) (Guimarães Júnior), As Pombas (Raimundo Correia) e outros.

Ótima, também a ideia da gravura e de uma sinopse biográfica dos poetas escolhidos. Tem informações bem interessantes.

Notei tua escrupulosa modéstia em alertar, no Epílogo antes dos teus poemas, que não és um poeta genuíno, fazendo comparações com um músico. Mas acho que todos os que gostam verdadeiramente de poesia têm algo de poeta. E é o teu caso.

De fato, a rima e a métrica são ferramentas de valorização auditiva dos poemas. Mas, por exemplo, Cecília Meireles, quando criança, costumava visitar a avó. Nessas ocasiões, a vozinha ficava sentada à sua frente, cantando e tricotando bordados nos vestidos da neta. Depois de muitos anos Cecília Meireles recordava, em lindo poema:

" A minha avó cantava e cosia. Cantava canções de amor e de arvoredo,em língua antiga. E eu sempre acreditei que havia música em seus dedos, E palavras de amor em minha roupa escritas."

Pois bem, a poetisa não usou rima nem métrica, mas quanta poesia e beleza naquelas lembranças da infância.

Aliás, ter um pouco de poeta não é só o teu caso. É o nosso caso!

Parabéns pelo livro, Carlos Tarciso

João Celso Neto:

De coração tocado

evidentemente, não digo ter lido seu livro. Apenas comecei a fazê-lo, seletivamente, lendo o índice e folheando quase que de cabo a rabo.

Quando falei em voz alta sobre If, Éveli começou a recitá-lo em inglês (e eu conferindo).

Pulei para os de sua autoria e, mais uma vez, Évelin adorou o poema (quatro quadras) para Mariza, de 61 (presente de casamento?). Acho que ela gostaria que eu tivesse escrito algo no sentido para ela, apesar de anos mais tarde ter cometido um soneto que considero muito bom (“você que nasceu pra ser rainha / e se contentou em ser somente minha”).

Se sua inspiração foi a mãe-declamadora, no meu caso, era papai que adorava recitar. O repertório de mamãe era limitado a um ou dois sonetos de Olegário Mariano, mas papai vivia recitando Wamosy, Padre Antonio Tomás, Bocage dentre outros selecionados por você.

Sobre o padre cearense, em 2009, estive em Fortaleza e tive a satisfação de me ter sido permitido ter nas mãos o único livro com poemas dele, póstumo, guardado como obra rara em sala especial, climatizada e de acesso restrito. Referi-me a isso em meu blog Falando o que penso:

“(....) Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, um espaço preservado e destinado a uma vista interessante. Talvez eu não haja dado sorte de ver tudo, porquanto muita coisa estava fechada (deveria abrir, quem sabe, à noite).

Junto a ele, em meio a um planetário, auditórios, cinemas, teatro, espaços multiuso e lojas, existe a Biblioteca Pública Menezes Pimentel, para onde fui em busca de livros do ou sobre Padre Antônio Tomás, o Príncipe dos Poetas Cearenses, falecido em 1941.

Descobri um único, de 1950, escrito por uma sobrinha dele. Li que ele deixou como disposição testamentária a proibição de ter sua obra impressa. Se nada mais tivesse acontecido de bom, essa ida à Biblioteca teria valido a viagem.

Encontrei o tal livro entre as Obras Raras, depois de procurar entre os poetas e os autores cearenses. Não são as obras completas (ver a vedação acima citada), mas uma homenagem da autora (Dinorá Tomás Ramos) ao tio falecido alguns anos antes. Contém expressiva amostra do que aquele célebre e emérito sonetista nos legou.

Avidamente, copiei dois deles, um para corrigir o que a memória traidora me fazia recitar e escrever (aqui mesmo, mais de uma vez, até) com alguns errinhos. Trata-se de seu mais famoso soneto, Contraste. E outro que andava meio esquecido, mas que me veio à mente na hora: O Palhaço era um dos que meu pai recitava sempre (aliás, gravei os dois ao ouvir tantas vezes).”

Não sei por que você não escreveu os nomes completos de Castro Alves (Antonio Frederico de C. A.) e de Olavo (Brás Martins dos Guimarães) Bilac.

Sua publicação é obra de cabeceira e veio enriquecer minhas estantes, onde vai ficar ao lado do censurado V. de Moraes (tenho uma edição portuguesa com poemas de Bocage e outras joias mais que leio vez por outra).

Por fim, Versos íntimos foi o título que dei às minhas incultas produções da mocidade, uma apostila magrinha de 1966, sob a enorme influência que me causava e a admiração que sempre nutri por Augusto dos Anjos.

Separe aqueles três que quero comprar da fonte (nem que precise ir buscar na Thesaurus...). Vou presentear quem mereça e vá dar valor.

xxx

Cristina Oliveira:

E os poemas tocaram meu coração...

Querido Tio,

o teu livro chegou na última sexta-feira e me gratificou com um momento de muita emoção.

Você tinha mandado, por e-mail, um extrato dos poemas que pretendia colocar no livro, portanto eu já tinha uma idéia do que iria encontrar. Mesmo assim, fiquei muito emocionada.

Eu não me lembro da Vovó recitando o Anjo Enfermo ou os Versos Íntimos. Isso nao era muito o jeito dela.... Mas eu me lembro de você e do Tio Reinaldo recitando muitas destas poesias, e encontrei na poeira dos meus bancos de memória frases que eu achava que tinha esquecido, como" Tu choraste em presença da morte?" ou " O beijo, amigo, é a véspera do escarro" e muitas outras.

Fragilizada pela perda do meu pai ( lembrei muito dele fazendo brincadeira com a cacofonia de " Alma minha gentil..." e por outros problemas ( com as crianças) que estão consumindo muito da minha energia, chorei com vontade ao ler os poemas que você escreveu e fiquei honrada com o segundo e o terceiro lugares na cronologia dos teus poemas. Considero teu livro como um presente pelos meus 60 anos: você me presentou lembranças que agora ficam mais vivas e registradas .

A escolha do poema IF para iniciar o livro é perfeita, e a capa de muito bom gosto.

Adorei tudo, meu Tio!

Um beijo saudoso,

Cris

PS: Pena que a veia de poeta tenha parado em 72... Você não tem vontade de voltar à pena e ao papel?

Reinaldo Mendes de Moraes:

Querido mano, recebemos hoje de manhã o seu livro. Muito bom, realmente uma bela coletânea muito representativa de poesia que embalou nossa juventude. Que saudade.

Mas, temos de dar graças a Deus de pertencermos à gerações que conheceram literatura dessa forma. Como pode? Talvez hoje uma pessoa de 15 ou 16 anos nunca tenha ouvido falar da maioria desses poetas. Acabei de ler agora e creia que vi neste momento meus olhos gotejarem de saudade! (parodiando Luiz Guimarães Junior em História de um cão), já que falamos de poesias. Aracy também gostou muito e, agradecemos com muitos beijos para todos.

xxx

Heitor Bastos-Tigre

Prezado Carlos Eugênio,

Muitíssimo obrigado pelo livro.

Excelente iniciativa.

Sei o trabalho que a edição de uma coletânea bem selecionada representa – são meses de trabalho e leitura.

Imensa alegria de meu avô, Manoel Bastos Tigre, ter sido incluído.

Com meus votos de sucesso,

Heitor Bastos-Tigre

PS: Estou copiando alguns primos.

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